Hoje venho falar de um assunto que muitos evitam ou dizem não gostar, a política em Paulo de Frontin. Vale lembrar que a Política é uma coisa que faz parte de nossas vidas gostando ou não dos políticos. Quando compramos um pãozinho pela manhã já estamos pagando impostos, quando compramos alimentos, combustível, móveis, roupas, remédios ou até o material escolar de nossos filhos. E o pior é que no Brasil temos talvez a maior “carga tributária” do mundo, cerca de 40% do preço final. Pergunto para vocês quem escolhe os valores dos impostos? São os nossos políticos, por isso é tão importante Votar e participar de forma positiva da nossa Política escolhendo bem nossos candidatos.
Então quando compramos um produto por R$ 100 (cem reais), pagamos cerca de R$ 40,00 (quarenta reais) de impostos para o governo. Outro exemplo: dos 12 meses do ano, trabalhamos cinco meses apenas para pagar os impostos ao governo e somente no sexto mês em diante é que passamos a ter o direito de ficar com o nosso salário. Nenhum de nós reclama por pagar os impostos, mas por receber de volta serviços públicos como Educação e Saúde de péssima qualidade.
Agora vamos relembrar um pouco de nossa história política recente, há cerca de 30 anos, nossa política se dividia basicamente entre o ex-prefeito José Maria Lima (Zé Maria) e o saudoso Jauldo Balthazar, Zé Maria já havia sido prefeito por duas vezes e Jauldo apenas uma vez. O ano era 1988, acabávamos de receber a nova constituição brasileira depois de anos de “Ditadura Militar” e o Brasil começava a caminhada para as “Diretas Já”.
O então prefeito Zé Maria em 1988 não podia concorrer à reeleição, pois ainda não era permitido e para não perder a eleição novamente para o candidato Jauldo, Zé Maria trouxe de Vassouras o candidato Cel. Jurandy Barbosa da Paixão que foi eleito pela primeira vez em 1988. Logo depois na eleição de 1992 voltaria o prefeito Zé Maria apoiado pelo prefeito Cel. Jurandy, tendo como vice o seu sobrinho Eduardo Ramos da Paixão morador do Rio de Janeiro.
A partir de 1996 as eleições ficaram polarizadas apenas nos candidatos da situação, não havendo praticamente mais espaço para a oposição verdadeira de Frontin. Vemos hoje que é chegada a hora de uma mudança, uma mudança radical nos rumos da política de Paulo de Frontin. O “modelo” que hoje está aí já mostrou que não serve mais para o nosso povo.
Recordando as eleições e administrações em Frontin:
Ano da Eleição Período de Governo Prefeito Vice-prefeito
1988 1989-1992 Jurandy Paixão Nico
1992 1993-1996 Zé Maria Eduardo Paixão
1996 1997-2000 Jurandy Paixão Maria do Rosário
2000 (reeleição) 2001-2004 Jurandy Paixão Eduardo Cunha
2004 2005-2008 Eduardo Paixão Marco Aurélio
2008 (reeleição) 2009-2012 Eduardo Paixão Marco Aurélio
Obs: teremos então ao final de 2012, 24 anos de um mesmo grupo no poder em Frontin.
Resultados das últimas eleições:
1996
PMDB 15 JURANDY BARBOSA DA PAIXAO 4.120
PPB 11 MARCOS DE SOUZA BALTHAZAR 2.689
PSDB 45 GALILEU RAMALHO JUNIOR 995
PTB 14 OMAR COUTINHO DE SOUZA 541
OPOSIÇÃO 4.225
2000
PDT 12 JURANDY BARBOSA DA PAIXÃO 5.721
PSC 20 JOSE MARIA LIMA 3.250
PP 11 MARCOS DE SOUZA BALTHAZAR 731
OPOSIÇÃO 3.981
2004
PMN 33 EDUARDO RAMOS DA PAIXÃO 4.279
PSC 20 JOSE MARIA LIMA 252
PMDB 15 JOAO CARLOS DO REGO PEREIRA 3.800
OPOSIÇÃO 4.052
2008
PMDB 15 EDUARDO RAMOS DA PAIXAO 5.033
PSC 20 JOÃO CARLOS DO REGO PEREIRA 2.517
OPOSIÇÃO 2.517
Para ilustrar a importância da prefeitura de um pequeno município como o nosso, trago para esta discussão os valores atualizados e aproximados que passam nos cofres da prefeitura de Frontin a cada ano fiscal. Entre repasses do governo federal e estadual, mais receitas próprias (taxas e impostos recolhidos no próprio município) temos cerca de R$ 30 Milhões de Reais em Receitas anualmente.
Se somarmos este valor de R$ 30 Milhões de Reais anuais, teremos em 4 anos de governo cerca de R$ 120 Milhões de reais e em 8 anos de governo, cerca de R$ 240 Milhões de Reais que são utilizados conforme as necessidades e escolhas de nossos prefeitos como o atual prefeito Eduardo Paixão. Bem, podemos então imaginar que nestes 24 anos teríamos cerca de R$ 720 Milhões de reais em valores atualizados, quase “Um Bilhão de Reais”! É um bom dinheiro para um pequeno município como o nosso não?
Bem, após esta “exposição” de valores, podemos ter uma noção da importância do cargo de Prefeito Municipal de um pequeno município como Frontin, e também da responsabilidade de se buscar o “Desenvolvimento Econômico” de nosso município. Desta forma podemos “enxergar” porque tantos buscam obter uma vitória eleitoral e muitos chegam mesmo a “brigar” pelo “privilégio” de ser um Prefeito Municipal. Mas todos se esquecem que estão no cargo de prefeito não para benefício próprio, mas para cuidar da população.
É também neste momento que devemos refletir um pouco e pensar: “nestes mais de 20 anos de administração municipal, quantas empresas foram abertas e quantos empregos foram criados em Frontin?”, “em todos estes anos nosso querido município melhorou?”, “quais oportunidades de Qualificação Profissional foram criadas para nossos jovens?” e finalmente, “após estes mais de 20 anos, o que nossa população ganhou em Educação e Saúde?”. São perguntas que todos nós devemos fazer!
Vejo hoje nosso município carente em tudo, a Saúde em situação crítica. Hoje nem nascimentos acontecem mais em Frontin, a Maternidade do Hospital Nelson Salles não está funcionando. Já pensaram que agora não temos mais Frontinenses de nascimento pois nossos filhos estão nascendo em outros municípios? Como ajudar nosso querido Hospital Nelson Salles a voltar a ser a referência regional que era no passado?
Na área de Educação Municipal a coisa também está muito mal, hoje em Frontin uma Professora ou Professor ganha um pouco mais de um salário mínimo! Isso mesmo, um pouco mais que salário mínimo, uma vergonha! Vemos os esforços dos Profissionais da Educação, da Saúde e dos demais Funcionários Públicos para que nosso município funcione. Nossos Funcionários Públicos merecem mais respeito e dignidade!
Temos um prefeito que nem vive em nossa cidade, pois mora no Rio de Janeiro. Todos sabem disso e fingem que é normal. Seria normal o presidente Lula viver na Argentina, ou quem sabe seria normal o governador Sergio Cabral morar em São Paulo? Um prefeito que não vive nosso dia-a-dia e não participa de nossa vida em comunidade não pode saber o que acontece de verdade em nosso município e com as pessoas que aqui vivem. Estamos abandonados!
E os cargos de confiança em Frontin? Cargos que são dados sem a necessidade de concurso público. Todos sabem que para o prefeito Eduardo Paixão não há pessoas competentes em Frontin, sua ex-Secretária de Saúde era de Paraíba do Sul, o Secretário de Obras é de Teresópolis, o seu Chefe de Gabinete é seu primo Rodrigo Paixão que mora em Vassouras. E temos muitos outros cargos de confiança onde estas pessoas de fora recebem os maiores salários e estes maiores salários são gastos fora de nosso comércio, enfim fora de nosso município.
Pergunto à todos, até quando vamos nos enganar? Até quando vamos ver Frontin andar para trás? Hoje os maiores prejudicados são nossas crianças e nossos jovens. Qual o futuro para eles? Apenas ganhar um salário mínimo em um “emprego de favor da prefeitura”? Qual o investimento na formação de mão de obra qualificada em Frontin? Nada, zero! Qual o investimento para se trazer empresas para Frontin? Nenhum! Qual o esforço e trabalho para se obter do Turismo uma forma de se ganhar dinheiro e criar empregos em Frontin? Mais uma vez a resposta é a mesma: nada!
Eu e muitos outros em Frontin tivemos que buscar ganhar a vida fora de nosso município, muitos acabam fazendo o inverso dos maiores salários de comissão da prefeitura, trazem dinheiro de fora para nosso município, pois trabalham fora de Frontin e aqui investem ou gastam seu dinheiro. Hoje Frontin vive basicamente dos salários de aposentados e pensionistas, até quando isso vai funcionar? Quantas pessoas hoje praticamente sustentam suas famílias com suas pequenas aposentadorias? Precisamos de Empregos!
Os jovens de Frontin não encontram trabalho e pior, quando tentam obter um emprego em outros municípios se deparam com uma triste realidade, não tem qualificação profissional. Hoje quem não tem um diferencial como Inglês, Informática, Curso Superior ou uma Certificação Profissional, não consegue um emprego, mesmo quando sabemos que as vagas existem. Cito como exemplo a CSA em Itaguaí ou a CSN em Volta Redonda, onde existem muitas vagas, mas todas requerem níveis de especialização que hoje nossos jovens em Frontin não tem.
Como alguns já sabem, eu procurei há alguns anos atrás alertar as pessoas através de uma “fiscalização do dinheiro público” em Frontin. Como resultado, acabei descobrindo uma série de possíveis irregularidades da prefeitura de Frontin, as quais denunciei ao Ministério Público Estadual (MP-RJ) e também no Ministério Público Federal (MPF). Após um trabalho minucioso de pesquisa e levantamento de informações, procurei também a imprensa para divulgar as informações descobertas e em setembro de 2008 o jornal “O Globo” acabou fazendo uma grande reportagem entitulada “O Hacker do Bem...”.
http://fiscalizabrasil.blogspot.com/2009/02/jornal-o-globo-o-hacker-do-bem-contra.html
Hoje, após quase 5 anos do início dos meus trabalhos de investigação e levantamento de informações, o MP-RJ abriu mais de 20 Inquéritos Civis para investigar as gestões municipais do ex-prefeito Jurandy e do prefeito Eduardo, o ex-prefeito Jurandy responde por três processos de “Improbidade Administrativa” e a Polícia Federal investiga a prefeitura através de 4 Inquéritos Policiais abertos por solicitação da Procuradoria da República-RJ.
Vemos em Frontin várias obras que foram iniciadas neste ano eleitoral, mas muitas já estão paradas e eu como sempre estarei fiscalizando e cobrando pelo dinheiro público gasto nestas obras. Já visitei e fotografei todas as obras iniciadas em Frontin. Será que terão o mesmo destino da “obra” do Lago Azul? Hoje infelizmente o Lago Azul está abandonado e até a energia elétrica foi cortada pela Light! Faço uma sugestão para todos, façam uma visita ao Lago Azul e vejam se aquela obra que custou mais de 1 milhão de reais do “Ministério do Turismo” é condizente com o valor gasto e com o resultado da obra.
Frontinenses, era isso que eu gostaria de falar para vocês pois sei que muitos pensam como eu, mas muitos tem medo ou receio de falar publicamente. Já é hora de acordar deste “pesadelo” em Paulo de Frontin e passar a sonhar com dias melhores para todos e não para apenas meia dúzia de privilegiados.
Abraços
Leandro Carvalho
OBS: todos os valores e informações aqui divulgadas podem ser conferidos e verificados nos sites internet, são informações públicas e abertas para qualquer cidadão brasileiro.
http://www.mp.rj.gov.br/
http://www.prrj.mpf.gov.br/
http://www.cgu.gov.br/
http://www.portaltransparencia.gov.br/
http://www.tce.rj.gov.br/
CULTURARTE 275 - outubro de 2024
Há 3 semanas
Temos sentido que o dinheiro publico tem sido mal aplicado em muitos municipios brasileiros. Infelismente a contabilidade publica que deveria possibilitar uma clara a transparente fiscalização da aplicação dos recursos publicos, com o passar dos anos foi se afrouxando e dilargando de tal forma que hoje é praticamente impossivel se fazer uma rigorosa fiscalização na atuação da administração publica. E lamentávelmente os eleitos - salvo poucas e honrosas exceções - se julgam no direito de nos dois primeiros anos de mandato recuperar o que gastaram na eleição e nos dois últimos "fazer o pé de meia" para garantir o futuro pois sabem que não mais serão eleitos de ...tudo na certeza da impunidade, graças a legislação desgastada!Alguma coisa deve ser feita com urgencia, e seria muito bem que nós cidadãos brasileiros, nos preocupassemos com isto, como você LEANDRO CARVALHO fiscalizando O grande fator responsável pela desordens na administração pública reside nas fracas atuações das câmaras municipais e da acanhada atuação dos tribunais de contas. Muitos prefeitos fazem suas prestações de contas utilizando-se de notas fornecidas por empresas especializadas em vender notas, empresas de fachada. Ao detectar a fraude, ou seja, que as notas são arranjadas e não correspondem a uma efetiva compra de bens ou aquisição de serviços, o TC apenas remete a nota para a Secretaria da FAzenda, que recebe o seu imposto, e arquiva o feito. Após tudo isso, a câmara municipal vota e aprova os balancetes, não efetuando uma só diligência para constar que aquela ponte não foi feita, que aquela escola não foi construida.
ResponderExcluirAssim, não vislumbro a fragilidade na legislação, mas fragilidade na atuação dos órgãos competentes, como a câmara de vereadores, o Tribunal de Contas, o Próprio Ministério Público.